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Não é só cabelo

Deixar para trás as amarras que nos impedem de sermos nós mesmas é libertador. Merecemos nos sentir bem do jeitinho que somos. Por isso, convidamos a Maju Silva e a Fernanda Ferreira para compartilharem suas histórias de transição capilar com a gente. Elas tiveram experiências diferentes. Enquanto a vlogger mudou seus conceitos internos sobre o cabelo cacheado, a blogueira precisou encarar uma transição química, já que fez procedimentos para diminuir o volume do cabelo durante cinco anos.

Na infância, a Maju queria alisar o cabelo, mas a mãe nunca deixou. Apesar de todos os cuidados, a vlogger não gostava dos fios e acabava usando sempre preso para ninguém ver.  Com a adolescência, o lado vaidoso cresceu e ela começou a sentir falta de gostar do que via no espelho. “Não existia referência de cabelo crespo, mesmo os que apareciam na televisão ou nas revistas eram fakes, feitos com babyliss. Por isso, eu andava com ele disfarçado, mas uma hora decidi soltar e no primeiro dia já me elogiaram na escola”.

A partir daquele momento, a Maju começou o que chama de transição interna: testou formas de se sentir bem com o cabelo crespo solto e encontrou, tanto que hoje o cabelo é uma das principais características da vlogger, além de ter se tornado seu trabalho. “Era uma questão de se sentir segura, eu achava que se eu soltasse as pessoas iam rir, porque não era algo que elas queriam ver. Quando eu comecei a soltar o cabelo, eu era retraída, insegura, tímida, deixei até de falar com as pessoas por vergonha. Aceitar o meu cabelo natural e solto foi um processo gradativo, não foi do dia para a noite. Muitas pessoas podem não entender, mas não é só um cabelo. Você se descobre uma pessoa diferente, uma nova pessoa”.

Com a Fê a história foi um pouco diferente. Desde os 12 anos, ela usou química para diminuir o volume do cabelo crespo. “Eu sempre gostei dos meus cachos, mas não gostava do volume e comecei a fazer procedimentos químicos bem cedo. Depois veio a moda da chapinha e assim foi a adolescência inteira. O cabelo ficava acabado, mas eu gostava. Era prático e me enturmava, porque todas as meninas faziam”.

A história mudou quando a blogueira teve um problema com uma cabeleireira que testou produtos no seu cabelo sem autorização. Por um tempo, ela ainda tentou fazer os procedimentos em casa, mas o resultado não ficou como o esperado. “Eu fiquei um ano e meio sem fazer nenhum procedimento, vivia com ele preso porque não sabia como cuidar. Quando eu cortei a parte alisada e ele cacheou todo, foi amor à primeira vista, porque eu não lembrava como era o meu cabelo natural”.

Esse caso de amor segue firme e forte. “Eu me vi livre e nunca mais quis saber de chapinha e alisamento, porque agora eu me sinto eu, essa é a verdadeira Fernanda, sem precisar ficar duas horas na frente do espelho passando uma chapinha. Não sou contra, mas eu me sinto muito feliz em ver meu cabelo assim do jeito que ele é. É olhar no espelho e gostar do que vê, independente de alisar ou não alisar. É estar bem consigo mesma”.

 

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