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A busca da felicidade: especialista te mostra o caminho para aprender a ser feliz.

Ser feliz é o desejo número um da população mundial. Mas será que podemos aprender a caminhar em busca da tão sonhada felicidade? Quem responde essa e outras perguntas é a especialista Sandra Teschner, pós-graduada em neuropsicologia e fundadora do Instituto Happiness do Brasil. Vem ver!

1) Você acredita que é possível aprender a ser feliz?

Estudos robustos comprovam que quase a metade da nossa felicidade é treinável, ou seja, passível de ser aprendida. O nosso bem-estar subjetivo tem 50% de herança genética, 10% é circunstancial e 40% é constituído de ações, hábitos. E esta é uma excelente notícia.

A maioria de nós credita às circunstâncias o poder de nos fazer felizes, por exemplo, a casa e o carro. Ainda que tenhamos alegrias nessas conquistas, essas são passageiras e tão breve alcançadas, já não nos satisfazem mais. Entender o que promove a nossa satisfação é a grande chave para realizar o desejo número 1 de qualquer pessoa no mundo, que é ser feliz.

2) Quais os primeiros passos para alcançar esse sentimento e mantê-lo?

 A felicidade vem sendo estudada como ciência nas últimas três a quatro décadas e alguns autores conferem mais peso a esta ou aquela atividade. De maneira resumida, eu opto por trabalhar três pilares:

* As emoções positivas: gerando-as, fortificando-as e aprendendo a lidar com as emoções desagradáveis que não precisam ser “negativas”. Elas são parte de quem somos e não devem ser suprimidas, como por exemplo: nosso luto e nossas tristezas de cada dia.

* Estabelecer e manter conexões qualitativas, ou seja, ter e ser parte de uma rede de apoio, ter amigos, ser positivo com suas relações, abrir novas frentes. Tendo em mente que a felicidade é uma condição interna, mas que só existe em coletividade, ninguém é feliz sozinho.

 *Ter um objetivo superior e imputar esforço nele. Sempre começando por autocuidado, família, vizinhos, comunidade, mundo. Doar-se, voluntariar-se, praticar gratidão diariamente. Não se trata de utopia, mas de resultados de estudos. Somos mais felizes ao fazer o outro feliz.

 3) Vivemos tempos muito desafiadores. Devemos normalizar os momentos que ficamos tristes e não nos culparmos?

Uma das premissas mais importantes é sabermos que nossa base está em princípios e valores, não em condições e circunstâncias. Nenhum de nós passará incólume na vida, porque seria uma ilusão achar que controlamos tudo.

 Não só em relação à Covid-19, mas em qualquer situação desconfortável que vivenciamos, não só temos o direito de ficar tristes, como eu diria livremente que temos o dever. Pessoas felizes ficam tristes. Nossas dores fazem parte do caminho saudável para a mente; a resiliência é a capacidade regenerativa da felicidade.

Chorar, por exemplo, é um excelente “remédio”: as nossas lágrimas liberam ocitocina e endorfina, substâncias associadas à sensação de prazer e bem-estar. Chorar tem efeito calmante, relaxante mesmo. Dizer que tudo está sempre bem e maravilhoso não é praticar a felicidade intencional, mas a positividade tóxica.

4) Quando você começou a estudar a felicidade? Houve algum marco pra isso?

 A felicidade e eu sempre tivemos uma certa intimidade. Vivi há alguns anos uma experiência de quase morte e ao retornar à vida tinha uma mensagem clara em mente: eu estudaria o que fazer para que sentisse paz de espírito, uma sabedoria leve, uma felicidade duradoura.

 Trouxe então conhecimento científico ao que eu já fazia e transformei minha vida para não só propagar a felicidade através de conhecimento, mas de exemplo mesmo. Eu vivo o que ensino. Caio e levanto, aplico o aprendizado e divido tudo isso para multiplicar. Uma sociedade positiva é um mundo melhor.

5)  Qual mensagem você gostaria de deixar para quem está em busca da felicidade como hábito de vida?

 Imagine a felicidade como um estilo de vida. Nele cabem todas as suas emoções, mas você saberá quais delas turbinam seu bem-estar subjetivo. Felizes não só se sentem bem, como são mais criativos, melhores negociadores, têm alta imunidade e ainda promovem uma sociedade baseada em causas positivas.

 Na dúvida do que fazer para dar o primeiro passo, eu sugiro: primeiro decida ser feliz, depois busque se autoconhecer. Comece já a fazer seu diário de 5 razões para ser grata hoje e faça diariamente 5 boas ações de quaisquer dimensões. Parece simples e é, mas só funciona se você fizer.

 Gostou da entrevista? Comente aqui embaixo o que você faz para ser feliz. ❤️