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#Atitude50: veja como Kika Gama Lobo transformou sua vida após os 50 anos

Kika Gama Lobo é uma carioca que viu sua vida entrar em colapso aos 50 anos. Seu casamento de mais de 20 anos terminou. Na mesma época, descobriu um câncer no endométrio, viu sua empresa chegar à pior fase, foi despejada de dois apartamentos, e suas filhas, com tudo isto, adotaram um comportamento indesejado para a escola em que estudavam e foram expulsas. O fundo do poço foi quando ela contraiu dengue. Neste momento, ela percebeu que nada poderia ficar pior.

Sua forma de se expressar, dar opiniões para qualquer um e não ter medo de se expor a fizeram usar as redes sociais para desabafar e contar tudo o que estava passando. Ela terminava cada texto com a #atitude50, pois sabia que ali era o momento de transformação de uma mulher de 50 anos.

O que era para ser somente uma válvula de escape foi ganhando seguidores e veio a ideia de transformar a hashtag em projeto.

Pronto, ela tinha um novo desafio! Sua autoestima começava a ser resgatada. Além do novo canal, em um reencontro da turma da escola, reencontrou também um antigo affair. De antiga paquera, ele passou para atual marido, com direito a casamento de branco e em Miami.

Essa mesma vida mostrou a ela que falar sobre seus problemas seria o antídoto para dar a volta por cima.

PICCADILLY: Como foi mudar completamente de vida e se redescobrir aos 50?

Kika: Tive muitos eventos “humanos”, como gosto de chamar, pois são coisas que podem acontecer com qualquer pessoa. É que comigo, tudo aconteceu num espaço muito grande de tempo e eu comecei a mudar em função da vontade que eu tinha de redesenhar minha vida, num momento em que entendi que, naquela época, eu não iria morrer. Então, aproveitei essa nova chance para ser uma outra pessoa. Não é uma transformação radical, mas, sim, ter uma visão diferente sobre a mesma matéria.

PICCADILLY: Qual é a diferença da mulher madura deste século para as mulheres de outras gerações?

Kika: Eu costumo dizer que a mudança mesmo ainda acho superficial, pois vivemos numa sociedade machista. Mas, lá atrás, a criação da pílula, a queima do sutiã, o direito ao voto, tudo isto trouxe uma abertura de caminho para chegarmos até aqui. Mas a grande mudança é essa determinação do empoderamento feminino unido à tecnologia. As mulheres ficaram num papel de protagonismo e mostraram que a régua da vida mudou e houve uma elasticidade nessa trajetória. Com isso, hoje podemos dizer que os 50 são os novos 30. As mulheres hoje estão mais libertas, bonitas, saradas e instruídas e podem vivenciar uma segunda adolescência; é uma nova chance que a vida está nos dando!

PICCADILLY: Como você usa a sua história para incentivar e encorajar as mulheres?

Kika: As redes sociais foram meu grande alto-falante. Quando comecei a contar a minha vida no Facebook, eu criei uma audiência positiva e negativa. A negativa foi a dos amigos dizendo que eu era louca e de algumas mulheres querendo colocar embaixo do tapete os problemas. Por outro lado, houve uma reação positiva de pessoas desconhecidas que se identificaram com pilhas de louça para lavar, boletos para pagar, problemas com o marido, e aí essa tal empatia da pessoa se ver na outra me encorajou e começou uma conversa e eu comecei a responder todos os posts. Com isso, levei minha história para um talk show empresarial e para o canal no YouTube, ganhando assim mais pessoas que se identificam e se encorajam com as minhas palavras.

PICCADILLY: O que você ainda planeja e quer conquistar nos próximos anos?

Kika: Eu tinha um desejo pessoal de entrar na política. É o ioiô na minha vida, vai e volta. Ainda não desisti completamente, mas o cenário atual é desencorajador. Também quero ampliar a minha voz e aumentar o alcance do que eu escrevo, do que eu posto no canal. Quero investir em aumentar o meu impacto na vida das mulheres e quero ainda ter muita saúde e dar muito beijo na boca (risos).